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MICOLOGIA |
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VIROLOGIA |
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BACTERIOLOGIA – CAPÍTULO OITO
TROCA DE
INFORMAÇÃO GENÉTICA
Dr Gene Mayer
Emeritus Professor
University of South Carolina School of Medicine
Tradução: Dr.
Myres Hopkins
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INGLÊS |
ESPANOL |
ALBANES |
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL |
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Logo image © Jeffrey
Nelson, Rush University, Chicago, Illinois and
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APRENDA PLUGADO |
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OBJETIVOS
Explicar os mecanismos de transferência gênica em bactéria
Descrever a natureza dos elementos genéticos transponíveis e plasmídeos
Discutir a importância da transferência gênica, elementos genéticos
transponíveis e plasmídeos |
INTRODUÇÃO
Em populações
bacterianas mutações estão constantemente ocorrendo devido a erros durante a
replicação. Se houver alguma vantagem seletiva de alguma mutação (ex.
resistência a antibiótico), o mutante irá rapidamente se tornar o principal
componente da população devido à elevada taxa de crescimento da bactéria.
Além disso, visto que bactérias são organismos haplóides, mesmo mutações que
poderiam ser recessivas, serão expressadas. Assim, mutações em populações
bacterianas podem se constituir em um problema no tratamento de infecções
bacterianas. Não apenas mutações são um problema, como também bactéria tem
mecanismos pelos quais genes podem ser transferidos para outras células.
A transferência de
genes em bactéria é unidirecional, de uma célula doadora para uma célula
recipiente e a doadora normalmente dá somente uma pequena parte do seu DNA
para a recipiente. Assim, não são formados zigotos completos; ao invés
disso, zigotos parciais (merozigotos) são formados.
Genes bacterianos
são normalmente transferidos a membros da mesma espécie, mas ocasionalmente
a transferência para outras espécies pode também ocorrer. Figura 1 ilustra
as transferências de genes que têm sido demonstradas como ocorrendo entre
espécies diferentes de bactérias.
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PALAVRAS-CHAVE
Merozigoto
Transformação
Competência
Recombinação homóloga
Transdução
Transdução generalizada
Transdução especializada
Conversão lisogênica
Conjugação
F/pilus sexual
Réplicon
F+
F-
Hfr
F'
Elemento genético transponível
Sequência de inserção
Transposon
Recombinação sítio-específica
Variação de fase
Plasmídio, Plasmídio conjugativo
Plasmídio não-conjugativo
Fator R
RTF
Determinante R |
MECANISMOS DE
TRANSFERÊNCIA GÊNICA EM BACTÉRIA
Transformação
Transformação é a
transferência gênica resultante da captação por uma célula recipiente de DNA
íntegro de uma célula doadora. Certas bactérias (ex. Bacillus, Haemophilus,
Neisseria, Pneumococcus) podem captar DNA do ambiente e o DNA é capturado e
pode ser incorporado no cromossoma da célula recipiente.
Fatores que
afetam a transformação
a. Estado e
tamanho do DNA
DNA de fita dupla com pelo menos 5 X 105 daltons de
tamanho funciona melhor. Portanto, a transformação é sensível a
nucleases no ambiente.
b.
Competência do recipiente
Algumas bactérias são capazes de captar DNA naturalmente.
Entretanto, essas bactérias somente captam o DNA durante um momento
específico do seu ciclo de crescimento, quando elas produzem uma
proteína especial chamada de fator de competência. Nesse estágio a
bactéria é conhecida como competente. Outras bactérias não são
capazes de captar DNA naturalmente. Entretanto, a competência pode
ser induzida in vitro nessas bactérias pelo tratamento com
agentes químicos (ex. CaCl2).
Etapas da
transformação
a. Captação
do DNA
A captação do DNA por bactérias Gram+ e Gram- difere. Em bactéria
Gram + o DNA é captado como uma molécula de fita simples e a fita
complementar é feita no recipiente. Ao contrário, bactérias Gram-
captam DNA de fita dupla.
b. Recombinação legítima/Homóloga/Geral
Após o DNA doador ser captado ocorre um evento de recombinação
recíproca entre o cromossomo e o DNA doador. Esta recombinação
requer homologia entre o DNA doador e o cromossomo e resulta na
substituição do DNA entre o recipiente e o doador, como ilustrado na
Figura 2.
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Linhagens de E. coli (bastonete procariota) realizando conjugação. Uma
linhagem tem fímbrias
©
Dr Dennis Kunkel
Universidade do Havaí. Usado com permissão
Figura 1 Transferências gênicas que têm ocorrência demonstrada entre
diferentes espécies de bactéria
Figura 2
Recombinação geral. DNA doador é mostrado em vermelho e o recipiente em
azul
Figura 3
O mecanismo da transdução generalizada |
A
recombinação requer os genes de recombinação bacteriana (recA,
B e C) e homologia entre os DNAs envolvidos. Este
tipo de recombinação é chamado de recombinação legítima,
homóloga ou geral. Devido à necessidade de homologia entre o DNA
doador e hospedeiro, somente DNA de bactérias estreitamente
relacionadas poderiam realizar transformação bem sucedida,
embora em casos raros tem se demonstrado a ocorrência de
transferência entre bactérias não estreitamente relacionadas.
Importância
A
transformação ocorre na natureza e isso pode levar ao aumento da
virulência. Além disso, transformação é largamente usada na
tecnologia do DNA recombinante.
Transdução
Transdução é
a transferência de informação genética de um doador a um recipiente
pela via de um bacteriófago. A capa do fago protege o DNA no
ambiente de modo que a transdução, diferentemente da transformação,
não é afetada por nucleases no ambiente. Nem todos os fagos podem
mediar transdução. Na maioria dos casos a transferência de genes é
entre membros de uma mesma espécie bacteriana. Entretanto, se um
fago específico tiver um maior espectro de hospedeiros então pode
ocorrer transferência entre espécies. A habilidade de um fago de
mediar a transdução está relacionada com o ciclo de vida do fago.
Tipos
de Transdução
a.
Transdução Generalizada – Transdução generalizada é a
transdução na qual potencialmente qualquer gene bacteriano
do doador pode ser transferido para o recipiente. O
mecanismo da transdução generalizada está ilustrado na
Figura 3.
Fagos que mediam a transdução generalizada geralmente
degradam o DNA hospedeiro em pequenos pedaços e os empacotam
na partícula do fago através de um mecanismo “head full” ou
preenchimento da cabeça do fago. Ocasionalmente um dos
pedaços do DNA do hospedeiro é aleatóriamente empacotado no
fago. Assim, qualquer gene doador pode ser potencialmente
transferido mas somente em quantidade suficiente para caber
na cabeça de um fago. Se uma célula recipiente é infectada
por um fago que contém DNA doador, o DNA doador entra na
célula recipiente. Na recipiente pode ocorrer um evento de
recombinação que substitui o DNA doador e recipiente (Ver
Figura 2).
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Figura 4
O mecanismo da transdução especializada |
b.
Transdução especializada – Transdução especializada é a
transdução na qual somente genes doadores podem ser
transferidos à recipiente. Fagos diferentes podem transferir
genes diferentes mas um fago individual só pode transferir
certos genes. A transdução especializada é mediada por fagos
lisogênicos ou temperados e os genes que são transferidos
irão depender de onde o profago está inserido no cromossomo.
O mecanismo de transdução especializada está ilustrado na
Figura 4.
Durante a excisão do profago, ocasionalmente ocorre um erro
onde algum DNA do hospedeiro é excisado com o DNA do fago.
Somente DNA hospedeiro de cada lado do lugar onde o profago
se inseriu pode ser transferido (ou seja, transdução
especializada). Após a replicação e liberação do fago e
infecção de um recipiente, a lisogenização do recipiente
pode ocorrer resultando na transferência estável dos genes
do doador. A recipiente irá agora ter duas cópias dos genes
que foram transferidos. A recombinação legítima entre os
genes doadores e recipiente é também possível.
Importância
Conversão lisogênica (fago) ocorre na natureza e é a fonte de
linhagens virulentas de bactérias.
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VÍDEO
Conjugação
Alta resolução
Baixa resolução
© Mondo Media, San Francisco, Calif., USA and and
The MicrobeLibrary
Este vídeo clip demonstra o processo de conjugação. Primeiro, duas
bactérias se combinam via pilus sexual. Em seguida, uma fita do
plasmídio é transferida à outra célula. Note que o plasmídio original
continua existindo na primeira célula. Finalmente, cada célula duplica
imediatamente a fita simples de modo que ambas as bactérias têm uma
cópia do plasmídio de fita dupla.
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Conjugação
Transferência de DNA de um doador para um recipiente por contato
físico direto entre as células. Em bactéria existem dois tipos de
conjugantes: um doador (macho) e um recipiente (fêmea) e a direção
da transferência do material genético é única (unidirecional); O DNA
é transferido de um doador para um recipiente.
Tipos
conjugantes em bactéria
a.
Doador
A habilidade de uma bactéria de ser um doador é uma
consequência da presença na célula de um pedaço extra de DNA
chamado de fator F ou fator de fertilidade ou fator
sexual. O fator F é um pedaço de DNA circular que pode
replicar autônomamente na célula; é um réplicon
independente. Pedaços de DNA extracromossômicos que podem se
replicar autonomamente recebem o nome comum de plasmídeos.
Os fatores F contêm genes que são necessários à sua
replicação e à sua habilidade de produzir um pilus sexual
(pilus F) na superfície da bactéria. O pilus é importante no
processo de conjugação. O fator F não é o único plasmídeo
que pode mediar conjugação mas ele é geralmente usado como o
modêlo.
b. Recipiente
A habilidade de agir como um recipiente é uma consequência
da falta do fator F.
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|
a
b
Figura 5 Estados fisiológicos do Fator F
|
Estados fisiológicos do fator F
a.
Autônomo (F+)
Neste estado o fator F carrega somente aqueles genes
necessários à sua replicação e transferência do DNA. Não há
genes cromossômicos associados com o fator F em linhagens F+.
Em
cruzamentos do tipo F+ X F- os F-
se tornam F+ , enquanto F+ continua
sendo F+. Assim, o fator F é infeccioso. Além
disso, ocorre apenas um baixo nível de transferência de
genes cromossômicos.
b.
Integrado (Hfr)
Neste estado o fator F se integrou no cromossomo bacteriano
via um evento de recombinação como ilustrado na Figura 5a.
Em cruzamentos do tipo Hfr X F- a F-
raramente se torna Hfr e Hfr permanece como Hfr. Além disso,
há uma alta frequência de transferência de genes
cromossômicos da doadora.
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c.
Autônomo com genes cromossômicos (F')
Neste estado o fator F é autônomo mas agora carrega alguns
genes cromossômicos. Fatores F’ são produzidos por excisão
do fator F de uma Hfr, como ilustrado na Figura 5b.
Ocacionalmente, quando o fator F está se excisando do
cromossomo da Hfr, genes doadores de cada lado do fator F
podem ser excisados com o fator gerando um F’. Fatores F’
são denominados dependendo dos genes cromossômicos que eles
carregam.
Em cruzamentos do tipo F' X F- o F- se
torna F', enquanto que F' continua sendo F'. Além disso, há
uma alta frequência de transferência daqueles genes
cromossômicos em F' e baixa frequência de transferência de
outros genes cromossômicos doadores.
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Figura 6
Mecanismo dos cruzamentos F+ x F- |
Mecanismo da conjugação
a.
Cruzamentos F+ X F- (Figura 6)
i) Formação de pares
A ponta do pilus sexual entra em contato com o
recipiente e a ponte de conjugação é formada entre as
duas células. É através da ponte que o DNA irá passar do
doador para o recipiente. Assim, o DNA está protegido
das nucleases ambientais. Os pares conjugantes podem ser
separados por forças mecânicas e a conjugação pode ser
interrompida. Consequentemente, os pares conjugantes
permanecem associados por apenas um curto período de
tempo.
ii) Transferência de DNA
O DNA plasmidial é cortado em um local específico
chamado de origem da transferência e é replicado por um
mecanismo de círculo rolante. Uma única fita passa
através da ponte de conjugação e entra no recipiente
onde a secunda fita é replicada.
iii) Este processo explica as características dos
cruzamentos F+ X F- . O recipiente
se torna F+, o doador continua sendo F+
e há baixa frequência de transferência dos genes
cromossômicos do doador. De fato, como mostrado na
Figura 7 não há transferência de genes cromossômicos
doadores. Na prática entretanto, há um baixo nível de
transferência de genes cromossômicos doadores em tais
cruzamentos.
|
ANIMAÇÃO
Cruzamento de
Linhagens Bacterianas F+ com F-
© Thomas M. Terry, University of Connecticut, Storrs, Conn., USA e
The MicrobeLibrary
O plasmídio F é um plasmídio autotransmissível encontrado em algumas
linhagens de E. coli. Células que possuem uma ou mais cópias do
plasmídio F são chamadas de F-. A animação ilustra alguns estários da
transferência do pasmídio F de células F+ para células F-.
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Figura 7 Mecanismo de cruzamentos Hfr x F- |
b.
Cruzamentos Hfr X F- (Figura 7)
i) Formação dos Pares
ii) Transferência do DNA
O DNA é cortado na origem da transferência e é replicado
por um mecanismo de círculo rolante. Mas o DNA que é
transferido primeiro é o cromossômico. Dependendo do
lugar no cromossomo onde o fator F se integrou e em qual
orientação, genes cromossômicos diferentes serão
transferidos em momentos diferentes. Entretanto, a ordem
relativa e distâncias dos genes irá sempre permanecer a
mesma. Somente quando o cromossomo inteiro é transferido
o fator F irá ser transferido. Uma vez que forças
mecânicas separam os pares conjugantes é raro que o
cromossomo inteiro seja transferido. Assim, o recipiente
não recebe o fator F em um cruzamento Hfr X F-
.
iii) Recombinação legítima
A recombinação entre o DNA transferido e o cromossomo
resulta na troca de material genético entre o doador e o
recipiente.
iv) Este mecanismo explica as características dos
cruzamentos Hfr X F- . Os recipientes
continuam sendo F-, o doador continua sendo Hfr e há uma
frequência elevada de transferência de genes
cromossômicos do doador.
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ANIMAÇÃO
Cruzamento de
Linhagens Bacterianas Hfr com F-
© Thomas M. Terry, University of Connecticut, Storrs, Conn., USA e
The MicrobeLibrary
|
Figura 8
O mecanismo de cruzamentos F" x F- |
c.
Cruzamentos F' X F- (Figura 8)
i)
Formação de pares
ii)
Transferência do DNA
Este processo é semelhante aos cruzamentos F+ X F-
. Entretanto, uma vez que F' tem alguns genes cromossômicos
nele esses irão também ser transferidos.
iii)
Recombinação homóloga não é necessária, embora possa
ocorrer.
iv)
Este mecanismo explica as características dos cruzamentos F'
X F- . O F- se torna F', o F' continua sendo F' e
há alta frequência de transferência de genes doadores em F’,
mas baixa frequência de transferência de outros genes
cromossômicos doadores.
Importância
Entre as bactérias Gram negativas esta é a principal forma de
transferência de genes bacterianos. A transferência pode ocorrer
entre espécies diferentes de bactéria. A transferência de
resistência múltipla a antibióticos por conjugação tornou-se um
problema importante no tratamento de certas doenças bacterianas.
Visto que uma célula recipiente se torna uma doadora após transferir
um plasmídeo é fácil ver por que um gene de resistência a
antibiótico em um plasmídeo pode rapidamente converter uma população
sensível de células em uma população resistente.
Bactéria Gram positiva também tem plasmídeos que levam genes de
resistência múltipla a antibióticos, em alguns casos esses
plasmídeos são transferidos por conjugação, enquanto que em outros
casos eles são transferidos por transdução. O mecanismo de
conjugação em bactéria Gram + é diferente do da Gram -. Em bactéria
Gram + o doador produz um material adesivo que provoca agregação com
a recipiente e o DNA é transferido.
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ELEMENTOS
GENÉTICOS TRANSPONÍVEIS
Elementos
Genéticos Transponíveis
Elementos genéticos
transponíveis são segmentos de DNA que têm a capacidade de mover de um local
para outro (i.e. genes que saltam).
Propriedades dos Elementos Genéticos Transponíveis
Movimento
aleatório
Elementos genéticos transponíveis podem mover de uma molécula de DNA
para qualquer outra molécula de DNA ou mesmo para outro local na mesma
molécula. O movimento não é totalmente aleatório; há sítios
preferenciais na molécula do DNA nos quais um elemento genético
transponível irá se inserir.
Não são
capazes de auto-replicação
Os elementos genéticos transponíveis não existem autonomamente (exceção
– alguns fagos transponíveis) e assim, para serem replicados eles
precisam ser parte de um outro réplicon.
Transposição
mediada por recombinação sítio-específica
A transposição requer pouca ou nenhuma homologia entre a localização
atual e o novo sítio. O evento de transposição é mediado por uma
transposase codificada pelo elemento genético transponível. A
recombinação que não requer homologia entre as moléculas recombinantes é
chamada de recombinação sítio-específica ou ilegítima ou recombinação
não homóloga.
Transposição pode ser acompanhada de duplicação
Em muitos casos a transposição do elemento genético transponível resulta
na remoção do elemento do sítio original e inserção em um novo sítio.
Entretanto, em alguns casos o evento de transposição é acompanhado pela
duplicação do elemento genético transponível. Uma cópia permanece no
sítio original e a outra é transportada para o sítio novo.
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Figura 9
Estrutura dos elementos genéticos transponíveis |
Tipos de
Elementos Genéticos Transponíveis
Sequências de
Inserção (IS)
Sequências de inserção são elementos genéticos transponíveis que não
carregam nenhum gene conhecido, exceto aqueles que são necessários para
a transposição.
a.
Nomenclatura
Sequências de inserção recebem a designação IS seguida de um número.
ex. IS1
b. Estrutura
(Figura 9)
Sequências de inserção são pequenos trechos de DNA que têm nos seus
terminais sequências repetidas, que estão envolvidas na
transposição. Entre as sequências terminais repetidas há genes
envolvidos na transposição e sequências que podem controlar a
expressão dos genes, mas nenhum outro gene não essencial está
presente.
c.
Importância
i)
Mutação
A introdução de uma sequência de inserção em um gene bacteriano
irá resultar na inativação do gene.
ii)
Inserção de plasmídeos em cromossomos
Os sítios nos quais plasmídeos se inserem no cromossomo
bacteriano estão dentro ou perto de sequência de inserção no
cromossoma.
iii)
Variação de fase
Os antígenos flagelares são um dos principais antígenos para os
quais a resposta imune é dirigida em nossa tentativa de combater
uma infecção bacteriana. Em Salmonella há dois genes que
codificam para dois antígenos flagelares diferentes. A expressão
desses genes é regulada por uma sequência de inserção. Em uma
orientação um dos genes está ativo, enquanto que na outra
orientação o outro gene do flagelo é o ativo. Assim, Salmonella
pode mudar seus flagelos em resposta ao ataque do sistema imune.
Variação de fase não é própria de antígenos flagelares de
Salmonella. É também vista em outros antígenos de superfície
bacterianos. E também o mecanismo de variação de fase pode
diferir em espécies diferentes (ex. Neisseria; tranaformação).
Transposons (Tn)
Transposons são elementos genéticos transponíveis que carregam um ou
mais genes além daqueles que são essenciais para a transposição.
|
Figura 10 Estrutura do transposon |
a.
Nomenclatura
Transposons recebem a desigação Tn seguida de um número.
b.
Estrutura
A estrutura de um transposon é semelhante à de uma sequência
de inserção. Os genes extras estão localizados entre as
sequências terminais repetidas. Em alguns casos (transposons
compostos) as sequências terminais repetidas são na verdade
sequências de inserção. (Veja Figura 10).
c.
Importância
Muitos genes de resistência a antibióticos estão localizados
em transposons. Uma vez que transposons podem pular de uma
molécula de DNA para a outra, esses transposons de
resistência a antibióticos são um fator crucial no
desenvolvimento de plasmídeos que podem conferir resistência
múltipla a drogas em uma bactéria que abriga o tal
plasmídeo. Esses plasmídeos de resistência múltipla a drogas
passaram a ser um importante problema médico porque o uso
indiscriminado de antibióticos promoveu uma vantagem
seletiva às bactérias que contêm esses plasmídeos.
|
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PLASMÍDEOS
Definição
Plasmídios são
elementos genéticos extracromossômicos capazes de replicação autonoma. Um
epissoma é um plasmídeo que pode se integrar no cromossomo bacteriano.
Classificação dos Plasmídeos
Propriedades
de transferência
a.
Plasmídeos conjugativos
Plasmídeos conjugativos são aqueles que mediam a conjugação. Esses
plasmídeos são em geral grandes e têm todos os genes necessários à
sua replicação autonoma e para a transferência do DNA para o
recipiente (ex. genes para o pilus sexual).
b.
Plasmídeos não-conjugativos
Plasmídios não-conjugativos são aqueles que não mediam a conjugação.
Eles são normalmente menores que os plasmídeos conjugativos e não
têm um ou mais dos genes necessários para a transferência de DNA. Um
plasmídeo não-conjugativo pode ser transferido por conjugação se a
célula já abriga um plasmídeo conjugativo.
Efeitos
fenotípicos
a. Fator de
fertilidade (Fator F)
b.
Plasmídeos bacteriocinogênicos
Esses plasmídeos têm genes que codificam para substâncias que matam
outras bactérias. Essas substâncias são chamadas de bacteriocinas ou
colicinas.
c. Fatores
de resistência (Fator R)
Esses plasmídeos carregam genes de resistência a antibióticos.
i) Origem – A origem dos fatores R não é conhecida. É provável que
eles tenham evoluído para outros propósitos e o advento da era dos
antibióticos forneceu vantagem seletiva ao seu largo espectro de
disseminação.
|
Figura 11
Estrutura do plasmídio R |
ii)
Estrutura. Os plasmídios R são plasmídeos conjugativos em
que os genes para a replicação estão localizados na parte do
fator R e os genes de resistência estão localizados em outra
parte como ilustrado na Figura 11.
RTF
(Fator de Transferência da Resistência) – carrega os genes
de transferência.
Determinante R – carrega os genes de resistência. Os genes
de resistência são sempre partes de transposons.
Modo
de ação dos genes de resistência
a) Modificação (detoxificação) do antibiótico – ex.
β-lactamase
b) Alteração do sítio-alvo – ex. Resistência à
estreptomicina.
c) Alteração da captação – Resistência à tetraciclina
d) Substituição de via se sensibilidade – ex. nova via
do ácido fólico para resistência a sulfas.
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Esta página foi traduzida do original em inglês por Myres MTR Hopkins, PhD
em Ciências (Genética – Universidade de São Paulo) e é mantida por Richard
Hunt
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